Quando eu te vi pela primeira vez
Foi ouvir-te falar, foi o teu timbre ser perfeito para os meus ouvidos e a tua conversa ser tudo menos aborrecida. Os teus movimentos, os teus lábios pareciam uma dança que eu já tinha aprendido antes e me tinha esquecido. Ao fim de umas horas, tudo em ti me era familiar e era como se já te conhecesse desde sempre. E a apatia deu lugar ao entusiasmo. Lembro -me de ter olhado para as tuas mãos e ter achado que eras um homem de força, que elas tinham o tamanho perfeito para agarrar as minhas.
Queria que a noite não acabasse nunca. Que o sol decidisse tirar férias e as palavras nunca se esgotassem com o cansaço e o sono. E quando voltei para casa, vinha quase a dançar de entusiasmo. A minha cabeça não parava. Desejei que não tivesses ninguém com quem partilhar uma almofada e que te lembrasses de mim na manhã seguinte. Que me aparecesses à porta como uma cena de filme a dizer que ainda era cedo. Ecoei o teu nome até adormecer nessa noite e arrependi-me de ter vindo embora cedo demais. Não sabia que uma noite ia mudar tudo, que ia virar o jogo e fazer com que todos os meus planos e sonhos fossem reinventados. Ainda fico corada e com as bochechas a arder quando penso na maneira como os teus olhos me atravessaram e como ainda me sinto uma criança sempre que oiço o teu nome.
Desde aquela noite que senti que podias mudar a minha vida e apesar de ter tentado não pensar que te podia amar para toda uma vida (e uma vida é muito tempo), e por mais que eu tenha movido montanhas, silenciado tambores e desviado marés… a verdade é que não consegui evitar apaixonar-me por ti.
Autor desconhecido